Não poderia deixar de citar as várias passagens da Tradição Judaico-Cristã onde aparecem as Adoradas, vejamos:
A 'Serpente Falante' (Nachash) no Jardim do Éden induziria conhecimento proibido, mas não é identificado com Satã no Livro do Gênesis. Não há, contudo indicação no Gênesis que a Serpente era uma Divindade em seu próprio direito, com exceção do fato que o Pentateuco não é de outra maneira abundante com histórias de animais falantes.
A informação dada pela Serpente poderia ser proibida, e foram as suas palavras as primeiras mentiras relatadas na bíblia: "...certamente não morrereis...".
"Agora a Serpente era mais sutil do que qualquer animal do campo que o Senhor Deus fêz." (Gênesis 3:1)
A Serpente é a manifesta personificação da desobediência e da provocação a Deus. Por este motivo foi sempre associada a uma representação das Forças do Mal. O porque da utilização desta personificação na Bíblia pode dar-se ao fato de que o processo narrativo que levou à criação deste mito tenha origem em fatos transmitidos através de gerações até ao egípcio Moisés autor deste episódio de Gênesis.
Mateus no Novo Testamento, exortou seus ouvintes: "fossem vocês conseqüentemente sábios como serpentes." (Mateus 10:16)
Embora tenha sido amaldiçoada por seu papel no Jardim, este não foi o fim da Serpente, que continuou a ser venerada na religião popular de Judá e foi tolerada pela religião oficial até o tempo do Rei Ezequias. Os editores do Livro dos Números - 700 aC. forneceram aparentemente uma origem para um ídolo de bronze antigo da Serpente que a justificasse associada a Moisés, com a seguinte narrativa:
"21.6 - E o Senhor enviou Serpentes agressivas sobre as pessoas, e elas morderam as pessoas; e muitos israelitas morreram. 7. Então as pessoas vieram até Moisés, e disseram: Nós somos pecadores, por termos ido contra as Leis do Senhor, e contra Ele, reze para o Senhor, peça para Ele levar as Serpentes embora. E Moisés rezou para o povo. 8. E o Senhor disse a Moisés: Faça você uma Serpente Zangada, e coloque-a sobre um bastão; e deixe-a, pois todos que foram mordidos, quando olharem o bastão, viverão. 9. E Moisés fez uma Serpente de metal, e colocou-a sobre um bastão, e deixou-a passar, e se as Serpentes tivessem mordido qualquer homem, quando ele olhasse a Serpente de metal, ele viveria."
Quando o jovem e reformado Rei Ezequias veio ao trono de Judá no oitavo século: "Ele removeu os mais altos palácios, e quebrou as imagens, e matou os seres rastejantes, e quebrou a Serpente de metal que Moisés havia feito; e naqueles dias as crianças de Israel acenderam incensos para ela; e ele chamou Nebushtan." ( Reis 18.4)
O complemento "-an" ao final significa que o ídolo possui duas Serpentes sobre um bastão, as familiares Serpentes Entrelaçadas dos discípulos que sobreviveram no Caudeceu de Hermes e os serviçais de Asclepius. A idéia de um ídolo Serpente era abominável aos editores do "Dicionário Bíblico Ocidental", 1897: conforme o verbete "Nehushtan".
Novo Testamento
A conexão da Serpente com o Diabo é muito reforçada no Novo Testamento. Em Mateus 23:33 - Jesus observa: "Serpentes, gerações de víboras, como podemos escapar da dominação de Gehenna?" ("inferno" é normalmente a tradução para "Gehenna"). Contudo, a tradução mais correta para "Gehenna" não é inferno, e sim um local afastado onde se depositava o lixo produzido nas cidades. A Serpente é usada como um símbolo voltado para o demônio, para o mal no Catolicismo e no Protestantismo, mas não em determinadas vertentes cristãs.
Serpente: símbolo
Embora seja usada como símbolo de Regeneração e Imortalidade, a Serpente, quando formando um anel com a cauda em sua boca, é também um claro símbolo da unidade em tudo e todos, a totalidade da existência: Anfisbena e Ouroboros.
Serpentes envolviam o Caduceu dos seguidores de Hermes e de Asclepius, onde uma única Serpente envolvia o cetro. No caduceu de Hermes, as Serpentes não eram simetricamente gêmeas, elas pareciam adversárias. As asas sobre o cetro são identificadas como asas mensageiras; Hermes, o Mercúrio para os Romanos, que era o Mestre da Diplomacia e Retórica, de Invenções e Descobertas, Protetor dos Comerciantes e dos Aliados e na visão dos mitologistas, dos Ladrões.
Na Antiguidade Clássica, com avanço no estudo da alquimia, Mercúrio foi reconhecido como o protetor destas artes e outras informações 'ocultas' em geral, " Herméticas".
Assim a Química e a medicina associaram o Bastão de Hermes com os discípulos do curador Asclepius, que era envolvido por uma serpente; o Bastão de Mercúrio e o moderno símbolo médico, que podia simplesmente ser o bastão de Asclepius, tornou-se um bastão do comércio. o historiador de arte J. Friedlander, em O Bastão dourado da Medicina: A História do Símbolo Caudeceu na Medicina (1992), coletou centenas de exemplares de caudeceus e bastões de Asclepius e descobriu que as associações profissionais eram mais relacionadas aos bastões de Asclepius, enquanto as organizaçõs comerciais na área médica eram mais relacionadas ao caudeceu.
Uma similar conversão de Bastão para Serpente foi experimentada por Moisés e mais tarde seu irmão Aarão: "E 0 Senhor lhe disse, O que você tem em suas mãos? E este respondeu, um bastão. E foi lhe dito para por o bastão no chão. O bastão estava no chão, e transformou-se em Serpente; e Moisés cobriu-o antes. E o Senhor disse a Moisés, ponha a mão sobre Ela e pegue-a pela cauda. E ele pos a mão sobre Ela e a pegou pela cauda, e Ela transformou-se em um bastão em sua mão." ( Êxodo 4:2-4)