Com a Renascença, veio a ressurreição dos livros perdidos de mágica greco-romana; o período renascentista produziu particularmente os grandes ensinamentos herméticos, que são a base de muitas doutrinas e tradições modernas. Os livros herméticos, originalmente escritos em grego, por volta do século III apareceram sob um estilo ou forma pseudo-egípicia. Esses textos preservaram os antigos ensinamentos da Pérsia, Caldéia, Índia e dos Cultos Gregos de Mistério; como um contexto de ensinamentos acumulados, era fortemente influenciado pelo neoplatonismo, pelo gnosticismo e neopitagorismo. Os manuscritos ocultistas do período renascentista criaram os fundamentos dos textos mágicos que posteriormente apareceram por toda a Europa.
Em 1460, chegaram às mãos de Cósimo de Médici muitos manuscritos herméticos da Macedônia e do decadente Império Bizantino. Ele ordenou a Marsílio Ficino (filósofo e teólogo italiano) que traduzisse esses textos; através de seus esforços temos hoje um conjunto de conhecimentos ocultistas que ainda é a base do pensamento mágico. No período posterior da Renascença, esses textos mágicos aparecem na França, Inglaterra e Alemanha.
O neoplatonismo, uma filosofia baseada nos ensinamentos de Platão, influenciou grandemente as tradições ocultas do Sul da Europa. Plotino, um egípicio helenizado, foi responsável pelo despertar dessa filosofia cerca de 244 d.C. o neoplatonismo plotiniano, por sua vez, foi reavivado no século XV por Marsílio Ficino e coube a John Colet introduzir o neoplatonismo na Inglaterra, o qual preparou o caminho para os Platonistas de Cambridge no século XVII. As doutrinas de Plotino tornaram-se o ensinamento oficial da Academia Platônica e influenciaram grandemente a teologia cristã.
Muitas escolas de neoplatonismo, como a de Pérgamo, se envolveram em práticas mágicas. Por volta do século XV, esses princípios estavam firmemente estabelecidos e influenciaram muitos frades e monges envolvidos na tradução de textos antigos; um exemplo é Tommaso Campanella, frei dominicano do século XVII, acusado de heresia e aprisionado pela Igreja por tentar conciliar ciência e razão com a revelação cristã. Os monges e frades, que durante a Idade Média anotaram as lendas célticas hoje conhecidas, sem dúvida eram versados no neoplatonismo, pois encontramos muitos conceitos mediterrâneos na mitologia e nas lendas celtas. É provável que, assim como o catolicismo romano transpôs lugares como a Irlanda, os ensinamentos mediterrâneos influenciaram a teologia cristã. No final da Antigüidade e começo da era medieval, filosofias de várias tradições religiosas foram atraídas pelo pensamento neoplatônico e influencias por ele.
Na Itália, certas regiões se apegavam fortemente à Antiga Religião, apesar do poder da Igreja. A Toscana, no Norte da Itália, era o centro mais forte do paganismo, seguida de perto pela região do Benevento, mais abaixo na Itália central; entretanto, com o passar do tempo, mesmo essas fortalezas caíram em poder da Igreja. Tudo que restou das crenças, adorações e práticas pagãs foi condenado como demoníaco e suprimido pela teologia e pelas leis cristãs. O Sínodo de Roma em 743 d.C. baniu qualquer oferenda ou sacríficio a Deuses e Espíritos Pagãos; o Sínodo de Paris em 829 d.C. publicou um decreto exigindo a morte de Bruxas e Feiticeiras, citando as passagens bíblicas do Levítico, 20:6 e Êxodo 22:18. Em 1181, o Doge Orlo Malipieri de Veneza aprovou leis que proibiam fazer poções e praticar mágica. Embora a Bruxaria fosse oficialmente crime na Itália durante todo o século XIII, a obsessão por Bruxas da Europa do Norte somente percorreu a Itália nos começos do século XV.
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