Caldeirão, Crânio Humano, Vassoura, Bastão e Falo, todos figuram de maneira inportante na Bruxaria Hereditária. Muitas Bruxas modernas se envergonham de tais objetos devido às imagens estereotipadas da bruxaria que são comuns hoje em dia; a imagem da velha feiticeira estéril, fazendo encantamentos supersticiosos sobre um Caldeirão fumegante surgiu durante a Idade Média. Sempre achei curioso que essa pobre figura fosse tão temida pela Igreja a ponto de ser necessário caçá-la e matá-la.
A imagem pré-cristã de uma Bruxa como Medéia ou Circe era bem diferente. Nessa época, a Bruxa era competente nas artes de mágica e também sexualmente sedutora. Por volta de 30 a.C., essa imagem começou a mudar, como se vê nas Épodes de Horácio, escritas durante este período; aqui, a Bruxa já não era fisicamente atraente, mas ainda talentosa em suas habilidades mágicas. Horácio observa, por exemplo, que as Bruxas Italianas tinham o poder de "baixar a Lua do Céu"; no entanto, quando o poder patriarcal se tornou cada vez mais firmemente implantado, a figura fêmea, outrora autopoderosa, foi transformada numa velha que murmurava encantamentos e cacarejava a noite. É interessante notar que os Bruxos não tinham esse estigma e sempre apareciam como figuras poderosas e misteriosas. Embora seja curioso, certos elementos de Circe e Medéia persistiram na Idade Média em personagens como Morgana Le Fay, da mitologia arturiana.
Na Antiga Arte, o Crânio Humano simboliza o princípio de morte e renascimento e também representava o Deus Sacrificado e Senhor do Submundo. O Caldeirão complementava esta imagem como símbolo do Útero, o próprio Portal da Vida; desse modo, o Caldeirão era também um símbolo da Grande Deusa, sendo ao mesmo tempo Útero e Túmulo. A Vassoura evoluiu para um composto de fertilidade masculina e feminina; isso era devido em parte ao fato de que era feita de plantas do campo, mas também simbolizava a genitália masculina e feminina. O cabo era o falo do macho e a folhagem era o triângulo púbico da fêmea. A Vassoura ritual não era amarrada fortemente e o cabo podia ser facilmente removido para o uso ritual como Varinha.
Dentro da Antiga Arte, o Falo ritual era tanto simbólico quanto operacional. Antigos ritos de fertilidade frequentemente exigiam atos sexuais múltiplos, feitos para que a Essência da Vida retornasse aos campos e floresta. Já que os homens têm um limite na sucessiva frequência de realizar uniões sexuais, o Falo era empregado como substituto. Isso permitia que os ritos continuassem, sem serem interrompidos por qualquer circunstância mundana que pudessem ocorrer.
O Bastão era o símbolo da Deusa. Escolhia-se um galho em forquilha de uma árvore frutífera para representar a imagem da mãe. A forquilha em forma de "Y" simbolizava a Vagina Sagrada da Deusa; um bastão de carvalho ou nogueira simbolizava o Deus e, neste caso, os galhos em forquilha não eram aparados como dois forcados separados; ao contrário, eram deixados com vários brotos, para simbolizar os chifres de um gamo. Os Bastões rituais eram colocados no vários Quadrantes do Círculo, dependendo do tema da estação. O Quadrante Leste era empregado em temas de ganho e o Oeste em temas de perda. Os Quadrantes Norte ou Sul (Norte no Inverno e Sul no Verão) eram frequentemente incorporados em épocas de poder.
Num grau menor, outros itens ritualísticos como hera, arruda, sal e vinho também eram utilizados como objetos de culto, tradicionalmente carregados na Bolsa Nanta. Cada um deles é ligado a um instrumento ritual (respectivamente: agulha, varinha, pedra e dedal). A agulha é associada à hera por causa de seu movimento na costura de serpentear e entrelaçar; a varinha se liga à arruda por causa de seu talo longo; o sal é simbólico da pedra porque ambos são tirados da própria terra; o dedal, que é um objeto em forma de taça, representa o vinho. Cada um desses pequenos itens representa os instrumentos rituais clássicos do Ocultismo Ocidental, desenhados no Tarot Italiano do século XV (baralho Carry-Yale Visconti). A agulha é a Espada ritual, a varinha é paus, a pedra é o Pentáculo e o dedal é o Cálice.
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