A Antiga Religião da Itália está enraizada no culto neolítico nativo mediterrâneo/egeu da Grande Deusa. Na mitologia clássica, a devoção à Deusa da Lua foi trazida da Grécia para Itália central por Orestes e sua irmã Ifigênia; segundo consta, eles fugiram de sua terra natal depois de serem acusados de assassinar o rei de uma província. Ifigênia (uma Sacerdotisa de Diana), ajudada por Orestes, estabeleceu um bosque sagrado em Nemi em honra à Deusa Diana.
Dentro do bosque havia um certo carvalho, do qual nenhum galho era permitido quebrar; apenas um escravo fugitivo teve permissão de tentar retirar um galho. O sucesso da empreitada deu-lhe o direito de desafiar o Guarião do Bosque num único combate; se vitorioso, ele se tornaria o Guardião e reinaria como Rex Nemorensis (Rei dos Bosques). Como o Guardião do Bosque tinha de ser um fora-da-lei, ele geralmente usava um capuz para disfarçar sua identidade enquanto se movimentava pela floresta; por esta razão, entre outras, também era conhecido como o Homem Encapuzado.
As lendas falam do primeiro desafiante a entrar no Bosque de Nemi; de acordo com o mito, Diana escondeu esse homem, Vírbio, dos Deuses Solares na floresta de Nemi porque ele ofendera Vênus ao reijeitá-la por Diana. Em troca do favor de Diana, Vírbio trono-se Guardião do Bosque. Embora isso seja apenas um mito e simbolismo, a posição do Rex Nemorensis/Homem Encapuzado é historicamente verdadeira e a regra de sucessão por combate foi observada até nos tempos do Império Romano. Sabe-se, por registros históricos, que o Imperador romano Calígula contratou um guerreiro para eliminar o Guardião de Nemi na esperança de fazer dispersar o culto.
Na Bruxaria Italiana, a Stregheria, um subculto se desenvolveu a partir do mito do Rex Nemorensis e a posição do Homem Encapuzado tomou muitos outros aspectos. Ele simbolizava o Deus das Florestas e tornou-se o Rei Divino; além disso ele era o protetor do povo, seu provedor e sua esperança. O Bosque de Nemi era um sacrário para o fora-da-lei e fugitivos da sociedade patriarcal. Arádia, a Rainha Bruxa da Idade Média, vivia nos campos proscritos das floresta perto de Nemi junto com seus seguidores, todos também considerados proscritos. Em Nemi, a Deusa Diana tinha o título de Deusa das Bruxas, dos Fora-da-Lei e dos Proscritos. O acampamento principal de Arádia e seus seguidores fica entre as ruínas do Templo de Diana, que dá vista para o Lago Nemi.
O lago Nemi é muitas vezes referido como o Espelho de Diana; tomou esse nome porque o reflexo da Lua Cheia aparecia na superficie das águas do Lago quando se olhava das ruínas do Templo. A Lua era o símbolo da Deusa reinante no céu noturno e nos tempos primitivos era venerada como a própria Deusa; com a evolução do culto lunar, a luz da Lua tornou-se um símbolo da Divina Presença, como o é até hoje.
O culto da Bruxa e outras Tradições e Mistérios floresceram abertamente até o século IV d.C., quando agentes da Igreja saquearam e destruíram os Templos Pagãos. Desta maneira, a Igreja dissolveu celebrações pagãs e evitou que os antigos ritos fossem celebrados nos locais tradicionais. Em 324 d.C., o Imperador Constantino oficializou o Cristianismo como a religião do Império Romano; os Templos Pagãos foram destruídos e convertidos em Igrejas cristãs e gradualmente, através dos anos, os costumes pagãos foram sendo absorvidos pelo Cristianismo. A Antiga Religião retirou-se para o silêncio, longe da atenção do povo. Apenas pequenos grupos de pessoas continuaram a se reunir nos antigos locais e a praticar os velhos ritos sazonais, já que a maioria temia chamar a atenção da Igreja; entretanto, o povo das aldeias e cidadezinhas continuava a procurar a Bruxa local para ajuda e para curas mágicas.