Pelas tradições orais referentes a Arádia, com base na Antiga religião da Itália, sabe-se que Ela viveu e ensinou durante a última metade do século XIV. O inquisidor italiano Bernardo Rategno documentou em seu Tractatus di Strigibus (escrito em 1508 d.C.) que uma "rápida expansão" da "seita das Bruxas" tinha começado 150 anos antes de sua época. Ratgeno estudou muitas transcrições referentes à Bruxaria nos julgamentos da Inquisição e pesquisando através dos anos, ressaltou o começo dos julgamentos de Bruxas, notando um rápido aumento deles por um período de ano. Seguindo um detalhado estudo desses registros (mantidos nos Arquivos da Inquisição em Como, Itália), Ratgeno fixou a época deste reflorescimento das Bruxas por volta de 1358, a última metada do século XIV.
Se Arádia nasceu em 1313, como as lendas afirmam, concerteza teria idade suficiente para ensinar e influenciar outras pessoas e para formar grupos que levassem adiante seus ensinamentos; deste modo, as datas de Ratgeno apoiaram a tradição oral referente às influências de Arádia sobre o crescimento da Antiga Religião. Em 1890, o autor e folclorista Charles Leland publicou um livro sobre Bruxaria Italiana intitulado Aradia: Gospel of the Witches; o relato de Leland sobre Arádia inclui uma lenda a respeito da "Bela Peregrina", preservado entre os camponeses toscanos por gerações. Em parte, esta lenda diz:
'Então, tendo obtido um vestimenta de viandante, Ela viajou para longe, ensinando e pregando a Religião dos Tempos Antigos, a Religião de Diana, a Rainha das Fadas e da Lua, a Deusa dos Pobres e Oprimidos. E a fama de sua beleza correu a terra e o povo a venerava, chamando-A de La Bella Pellegrina.'
Em 1962, T. C. Lethbridge (antigo Diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de Cambridge) publicou um livro chamado Witches que se refere a Arádia em vários capítulos. No capítulo segundo ele escreve:
'Penso que podemos assumir, então, que o Vangelo de Leland e a prova do julgamento do Dr. Murray são mais ou menos contemporâneos e que é razoável usar os dois juntos para formar um quadro do Culto da Bruxa por volta de 1400 d.C. (...) Arádia foi enviada à Terra para ensinar esta Arte para a Humanidade; isto é, Ela era, na opinião de seus devotos, uma personalidade conhecida na Religião Hindu como um Avatar, que lhes ensinava como utilizar o poder mágico. Arádia, nos Tempos Antigos, poderia ter sido uma personagem história como Cristo, Krishna ou Buda (...).'
Também achei interessante notar que Ecstasies - Deciphering the Witches' Sabbath (Êxtases: Decifrando o Sabá das Bruxas) de Carlo Ginzburg contém uma passagem que pode ser uma referência histórica de Arádia; na página 189 ele fala de uma seita pagã conhecida como Calusari, que durante a Idade Média (por volta dos séculos XVI e XVII) adorava um "Imperatriz Mítica" a quem as vezes chamavam de "Arada" ou "Irodeasa". Os Calusari também usavam a expressão "Senhora das Fadas", exatamente como os seguidores de Arádia chamavam Diana "Rainha das Fadas". Certamente existem similaridades muito próximas aqui, e podemos estar vendo uma forma de adoração que evoluiu daquela fundada por Arádia mais de 100 anos antes.
De acordo com a lenda original de Arádia, Ela deixou a Itália em algum momento de sua aventura e viajou para fora do país. Sérvia, o lar dos Calusari, fica do outro lado do Adriático, a pouca distância da itália Central e viajens de navio não eram incomuns naquela época. Quando Arádia deixou a Itália, não teria ido para o Oeste, para a França, porque o Papado estava estabelecido lá naquela época, e Arádia ainda estava sendo perseguida pela Igreja; teria sido muito perigoso ir para o Norte da Europa porque as Bruxas estavam sendo queimadas ou enforcadas naquela região (a Itália não começou a queima das Bruxas senão depois do tempo de Arádia). Portanto, de fato, um êxodo para o Leste teria sido a única decisão lógica que Arádia poderia ter tomado. Pelo menos, existe uma espantosa coincidência entre as Bruxas da Arádia e os Calusari de Arada.
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